Ana Vieira Ribeiro

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Subnigrum: silos
2021-2023
 

Quarto.

 

Em 1928, Virginia Woolf declara que para escrever ficção, uma mulher tem de ter dinheiro e um quarto só seu. Em 2023, Ana V.R., parece declarar, pela poética do seu trabalho, que tornar um quarto só seu – quarto em sentido figurado, quarto/espaço/lugar/sala/silo – pode ser a condição para a construção de ficções. Narrativas só suas que estão, por um lado, recheadas de memórias, de outros, de passados desconhecidos, e por outro, plenos de possíveis futuros por conhecer, onde nós constamos como aliados dessa especulação vívida e imaginária.

Suspenso.

As suas imagens fragmento – chamemos-lhes assim porque independentemente de serem fotográficas, videográficas ou esculturais – tratam de partir o contínuo, de paralisar o que paira sem parar; estão em suspenso. São suspensões dos movimentos contínuos que não controlamos; da respiração, do momento, da luz, do ar que passa, da matéria que pesa, do tempo das sementes que nascem, e que paradoxalmente só damos conta de que não as conseguimos parar quando estamos parados.

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Exposição

“da poetica naturam”, Casa das Artes de Tavira, 2021