Projeto que tem a sua origem em torno da problemática espaço / tempo / percepção, onde se funde a arquitetura (manifestação cultural) com uma ideia de natureza (enquanto campo de possibilidades), desempenhando a geometria um papel mediador na reflexão desenvolvida nestes locais.
Estes são espaços sujeitos a uma taxonomia, sendo divididos entre aqueles que perderam a sua função inicial, os que se apresentam como não-lugares, e espaços que são por vezes ficcionados, materializando estas estratégias uma pulsão de representação do tempo através do espaço.
Entendendo a realidade (a Verdade) como circunstancial e relativa a cada indíviduo que a perceciona e a cada ponto de vista informado – e não como algo uno e simples -, Ana Vieira Ribeiro, parte de espaços existentes, como a sua própria casa (série Viver todos os dias cansa), uma antiga estação ferroviária fronteiriça (série Subnigrum– fronteira), ou – neste caso – um conjunto de Silos de cereais, de onde coleciona objetos encontrados e registos feitos no local.
Com esta exposição Ana Vieira Ribeiro introduz um corpo de trabalho inovador e simultaneamente muito coerente face ao conjunto de obras anteriormente realizadas: trata-se do desenrolar da sua reflexão sobre os conceitos de tempo e de espaço, enquanto condições prévias e fundamentais à vida humana.